quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Ambrizete - A Patrulha




Era noite cerrada e a "patrulha" iniciou o circuito em Ambrizete.
O unimog ronronava e torcia-se todo nas curvas com o nosso peso, já não recordo com quem ia.
Passamos pela Av. Principal, (ver foto) visitámos a sanzala que estava sem luz e fomos a caminho do aeródromo.
Deslocávamo-nos ao longo da "pista" por uma picada estreita.
A luz do farolim dançava pelas copas das árvores e pelo intervalo do capim não muito alto.
Viam-se alguns olhos brilhantes de "tudo" o que desconheciamos.
O que seria?
Reduziamos o andamento.
Eram outros que nos espreitavam por interrompermos a sua caçada ou a sua fuga.
Quando reduziamos a marcha a poeira tentava alcançar a nossa viatura, algo de filmes de fantasmas.
Os nossos sentidos, como novatos que eramos, estavam em alerta máximo.
De repente tudo se modificou....senti-me projectado pelo ar, aterrei no meio do capim e de montes de terra e caiu o Céu em cima de mim.
Passou-me tudo pela cabeça. MORRI.
Em breves instantes comecei a sentir o corpo e o "céu" afinal era outro camarada que tinha caido em cima de mim.
A noite não permitia que se visse mas senti que outros se queixavam e a pouco e pouco lá nos fomos levantando pensando que alguem estaria ferido.
O unimog dormia deitado, ronronando, com as rodas do lado direito entaladas no buraco que uma berliet tinha "patinado" após as chuvas.
A nossa sorte tinha sido ditada e desta escapámos.
O nosso ferimento maior foi o susto.....
Gostaria de rever com os camaradas que estiveram comigo.

Sebastião Pires

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