quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Tentei

 
tentei ser pintor
tentei ser poeta
tentei ser amante...

tentei ser marido
tentei ser homem
tentei ser filho
tentei ser pai
tentei mas ....

Para tudo precisava
de tempo e sabedoria...
este era curto
a sabedoria pouca.
tentei...

Vivo tentando...
Amo, sofro, encanto,
desencanto!
como gostaria
de amar e conhecer
o mundo todo

ter a leitura do invisível
para conhecer o futuro...
Tentei..
vivo tentando..

.
Sebastião Pires

quarta-feira, 13 de julho de 2011

A SAUDADE



Tenho saudades de ti, quando estás perto
Não tenho tantas quando estás longe
Oh vida que me pregaste esta partida
Para a qual não vejo saída tão cedo
A distância, é de não te ter, mas ver-te
Gosto da tua fala e do teu sorriso
Gosto do rectângulo digital por onde vejo
Outro mundo distante e tão perto
O que é virtual ou real já não sei
Já não sei rir pelos olhos quando ria
A carapaça das desilusões abafa-me
Mas não posso afogar-me nestes lamentos
A luz vem do oriente lenta lentamente
Inunda este paraíso a renascer.
Venho do ocidente e caminho neste percurso
Com a força deste querer andar e viver
O que é belo e puro neste pergaminho.

Sebastião Pires

sexta-feira, 27 de maio de 2011

A LUZ




Pareço que não sou
Sou!
Pareço que não amo
Amo!
Tudo tem o seu tempo...
Em Tempo
Luz que parece fugaz
Neste tunel
Espaço a que chegarei
Amanhã
Não sei!
Acredito na Luz
Num futuro permanente


Sebastião Pires

quinta-feira, 5 de maio de 2011

O sopro da Maresia





Sedução raio de luz
Nesta madrugada…
Flores deste Jardim
Gotas de orvalho
Beijos, imagino
...Suaves e lentos
As nuvens que passam
O sopro da maresia
Lábios húmidos
Olhos sedentos
Sorrisos que não se apagam.


Sebastião Pires

terça-feira, 3 de maio de 2011

Se eu fosse poeta


Se eu fosse poeta
diria muitas coisas
sem palavras
escreveria muitas palavras
sem letras......
cantaria muitos poemas
sem rima
Por vezes vivem-se
horas de sonho

Neste Círculo

que de quadrado

só tem os pontos

Os pontos que somos

e temos


Sebastião Pires

quinta-feira, 28 de abril de 2011

O Outro





Como eu gostaria de fazer uma vida qualquer

Sem pretensão especial e sem sonhos

Com mulher filhos e netos

E caminhar tranquilamente para os bisnetos

Como eu gostaria de saber o resultado

Das minhas decisões antes de exercer esse direito

E aí tomar outras que possivelmente chegariam a tetranetos

Ou por ventura a um gajo respeitável com isso tudo

E mais três ou quatro amantes

Como eu gostaria de chegar a casa e sentir

o cão que me abanava a cauda a mim como o dono da casa

e me vinha por as patas na barriga para receber uma festa

Como eu gostaria de fazer uma vida qualquer

E fazer feliz a minha mulher

Receber o respeito dos filhos e

Dos outros que de uma forma qualquer

Vivem a vida e morrem da mesma maneira qualquer

Ai como eu gostaria…


Sebastião Pires, qualquer

terça-feira, 19 de abril de 2011

RENASCER





O vizinho do andar de cima
está zangado, por certo.
Mandou chuva, relâmpagos
e atirou com os sapatos para o chão.
Se estivesses por perto
agarrar-me-ia a ti como conforto
lembrando os assobios que são
quando o vento passa nas frestas
do meu quarto à luz das velas....
AHHH quanto bela esta imagem
de morte e renascimento.
Da Fénix saíu uma pomba
da escuridão uma nova alegria.
como é bom viver.

Sebastião Pires

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

As Malhadas


Junto um texto  que retirei de um blog de que se junta o link ,porque já há algum tempo tinha pensado em escrever sobre as “malhadas”.
Naquele tempo da nossa meninice o grão do centeio e do trigo eram separados dos caules, “palha”,  através de um processo de batida ou “malhada” num local que era tradicionalmente considerado para o efeito, “a eira”.

A “eira do meu tempo”, já estou como o Assis Pacheco “as belas do meu tempo”, situava-se em frente da casa do sr. António da “Professora”. Isso porque era um local de fácil acesso, de chão mais ou menos plano, resistente mas macio. Esse terreno mais ou menos com 10m por 10m era previamente  limpo , endireitado e revestido por várias camadas de um produto líquido feito com excrementos de boi “bosta” desfeitos em água.  Ora, como estávamos no Verão aquele produto deitado sobre a terra secava com muita rapidez e oferecia, em consistência, um tapete muito macio onde eram colocadas fachas
de cereal  ao lado umas das outras. De seguida, como poderão ver nas fotos em baixo, criavam-se dois grupos de homens para malhar  “o pão”.
Estes dois grupos malhavam à vez gritando algumas palavras ou simplesmente sons
Os instrumentos “Mangueiras” eram feitos com dois paus de madeira. Um estreito e comprido e outro grosso curto, mas pesado. Eram ligados por cabedal para amarrar os paus e ligados entre si por uma pele de enguia já mais velha ou seja pele de eiró .
Esta pele era muito resistente o que permitia um boa charneira entre os paus. . De vez enquanto parava-se para os  aguadeiros darem de beber aos homens ou para estes limparem o suor com os lenços que traziam no pescoço ou nos bolsos.
Naquele tempo a “palha “, ou seja os montes de palha que ficavam eram a delicia dos pequenotes porque permita brincadeiras de muita fantasia.
Ao fim do dia ensacava-se o pão e levava-se para casa nos carros de bois. Á noite havia toque de concertina, e cantava-se o fado serrano
Falta dizer que todo este trabalho era de entreajuda na aldeia. Era trabalho pago com trabalho. Trabalho comunitário.



Sebastião Pires


As Malhadas
As Malhadas era o processo em que se malhavam os vários cereais, utiliando-se para isso um instrumento chamado mangual. Eram feitas sobretudo na Anta, no Castelo e no Sabugueiro. Hoje em dia já poucos são os que semeiam centeio, e o milho é malhado mecanicamente. Abaixo vai a fotografia de um mangual e de uma Malhada na Anta.
Publicada por Mazes em 10:48

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Os Bolos da Ti Stina da Atalaia e da irmã


Estas duas almas eram duas costureiras da Atalaia da Sobreira Formosa que vinham às nossas casas “costurar ao dia” tal como o sapateiro vinha “fazer sapatos ao dia” (o sapateiro da Figueira).
Recebiam a jorna, almoçávam e até, por vezes petiscavam umas “buchas”. Eram duas criaturas baixinhas, adoráveis, que com os seus xailes pretos pela cabeça onde sobressaíam um ou dois dentes da frente, uma bengala e pequena troucha na mão. Vinham a pé muito cedo para trabalhar no Vale d’Urso. Como tinham que fazer perto de 5 quilómetros teriam que levantar-se muito cedo.
Esta história está a ser contada, não pelos dotes de costura, mas por outra história que me ocorreu.
Havia uma outra velhinha que com a ti Stina iam ás feiras e aos mercados vender um bolo que tinha o mesmo aspecto que um croissant, mas neste caso mais espesso e naquele tempo ninguém sabia o que era um croissant. Este bolo era de pouco doce, e levava ovos, mel pouco e uma pitada de limão. A verdade é que fazíamos fila para compra-lo. Ainda hoje tenho a imagem destas senhoras vestidas de negro com xaile na cabeça sentadinhas nuns “Mochos” baixos ao lado uma da outra e a tirar os bolos de um cesto que tinham levado à cabeça. O local era na rua ao lado direito da porta de entrada da Igreja Matriz em Proença-a-Nova, onde havia uma tasca que vendia sandes de atum, em pão farto e com “Champorrion” ( isto era café de cafeteira com vinho e açúcar ) Naquele tempo nós que tínhamos dez ou treze anos bebíamos estes doces com álcool como se fosse uma limonada. Possivelmente foi por isso que a minha triste cabeça nunca foi por aí além.
A verdade é que foram bons tempos.
Sebastião Pires

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Diálogos d’outros tempos





























Ahhhhh Tóóónho!!!!! Há lá alguma coiselha d’áugua no pocelho?
N’im tchisga!!!!!
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( Mais na zona da Sobreira Formosa )
OOOHHH Miria, vamos à Font’ Urgueira buscar augua p’ro sr. Ferreira que dá castanhas secas à genti!!!
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Olha estuga-te no andari que vêm os rapazes da ceifa e vão p’ra ti olhari…


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