quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A T' Ingelina




A Ti Ingelina era a nossa avó, a mãe da minha mãe Etelvina e do Ti Joaquim Mouteiro. Naquele tempo havia uma taberna à saída do Vale d’Urso para a Sobreira Formosa e no sítio da casa do Sebastião da Mata Alves havia um curral de bois com salões por cima onde ficavam os “Atalaeiros” (homens da região da Atalaia do Campo), criadores e negociantes de gado que vinham ao Mercado e às Feiras vender “Bezerros”, alguns já bezerros velhos…
Á noite e já com os vapores etílicos bem condensados começavam a falar alto… normalmente, cada vez mais alto… Ouvia-se no Pontão do Larangeiro…
Uma vez a Ti Ingelina, nas suas calmas, de vagarinho, foi-se aproximando desta verborreia e talk show e ficou ali um pouco a olhar para os conversantes, gritantes. Eles foram-se apercebendo da presença dela, que não dizia nada, mas dizia tudo. Quando se calaram, ela com voz calma e serena perguntou: Ouçam lá… algum dos senhores é mouco?


Sebastião Pires, fora daquele tempo, mas dentro.

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